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Acervo Manolo Florentino
Centro de estudos da diáspora africana

Recentemente, graças a uma tradição que tem a UNESP em receber, guardar e tonar públicos acervos privados, a Faculdade de Ciências Humanas e Sociais da UNESP de Franca viu-se contemplada com um acervo (bibliográfico e documental) de grande importância para os estudiosos das humanidades. Doado para a unidade pelo renomado historiador Manolo Garcia Florentino (1958-2021), tal acervo é composto, basicamente, por cerca de 3.500 obras impressas, a maior parte delas voltadas para a história da África, da diáspora africana e da escravidão no Brasil, e por um número ainda não estimado de documentos digitalizados sobre o comércio de africanos durante os séculos XVIII e XIX – número não inferior a 10 mil. O acervo está em organização e conta com a supervisão da Profa. Dra. Susani Silveira Lemos França, do Prof. Dr. Jean Marcel Carvalho França e do Prof. Dr. Ricardo Alexandre Ferreira, para além do trabalho de alunos bolsistas e voluntários do curso de história: Mariana de Oliveira Lima, Letícia Ahmad Ali Marino, Matheus Henrique Coelho Nunes e Gabriel Batista da Silva Cocenza.        

Atualmente, os grandes acervos documentais do Estado de São Paulo encontram-se na sua maioria depositados em instituições sediadas na capital e, ainda que disponham de um bom atendimento on-line – como é o caso da “Biblioteca Brasiliana Guita e José Mindlin” –, não oferecem todos os seus serviços à distância, demandando do consulente deslocamentos por vezes custosos. O Acervo Manolo Florentino foi pensado para impulsionar o desenvolvimento da pesquisa no interior, oferecendo consultas e produtos presenciais e virtuais. O seu grande contributo, sem dúvida, será o de possibilitar a criação na cidade de Franca de um polo importante de atividades científicas na área das Ciências Humanas, em torno de uma temática com grande apelo nacional e internacional, a saber: a diáspora africana. O novo centro de documentação somente poderá atrair para a cidade pesquisadores de diferentes instituições, mas, sobretudo, por meio da organização de eventos, todos inteiramente abertos à comunidade – e sempre que possível em parceria com entidades públicas e privadas da sociedade local e regional.

Manolo Garcia Florentino, docente do Departamento de História da UFRJ, é considerado um dos grandes especialistas brasileiros no estudo da diáspora africana no âmbito do escravismo moderno e um dos idealizadores do “Slave Trade Data Base” ( https://www.slavevoyages.org ), o maior banco de dados on-line sobre o comércio de escravos africanos para as Américas entre os séculos XVI e XIX. Nos últimos anos, sua intensa colaboração com o grupo “Escritos sobre os novos mundos”, sediado na UNESP de Franca, levou o pesquisador a doar, para a Faculdade de Ciências Humanas e Sociais de Franca, uma das melhores coleções sobre o tema existentes no país; uma coleção que contribuirá significativamente para o estudo e a pesquisa da relação fundamental entre a África e o Brasil.

 

Entre as suas obras, destacam-se: “Em costas negras” e “A paz das senzalas”, editados atualmente pela Editora da Unesp; e “O Arcaísmo Como Projeto”, editado pela editora Civilização Brasileira.

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Fonte: PPGHIS - UFRJ

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