ANTONIL, André João. 1649-1716
Sobre o autor
O jesuíta André João Antonil, cujo verdadeiro nome é João Antônio Andreoni, nasceu em Lucca, na Toscana, no ano de 1649, e morreu na Bahia, a 13 de março de 1716. Formado em Direito Civil pela Universidade de Perugia, Andreoni entrou para a Companhia de Jesus em 1667. Em 1683, convencido pelo padre Antônio Vieira — de quem se aproximara em Roma —, largou as suas atividades docentes no Seminário Romano, embarcou para Lisboa e daí para o Brasil. Em terras brasileiras, teve uma vida extremamente ativa: foi professor de retórica, mestre de noviços, assessor de visitores, visitador, pregador, reitor de colégio e Provincial. Religioso culto e amante da arte de escrever, Andreoni deixou inúmeros escritos inéditos (cartas, relações de missões, orações, etc.), grande parte deles em latim. Em letras impressas, o jesuíta, com o pseudônimo de Antonil, legou-nos somente o Cultura e opulência do Brasil por suas drogas e minas (1711).
Obra(s)
Cultura e opulencia do Brasil por suas drogas e minas, Com várias notícias curiosas do modo de fazer o Assucar, plantar, & beneficiar o tabaco; tirar ouro das minas; & descobrir as de prata: E dos grandes emolumentos, que esta conquista da America Meridional dá ao Reyno de Portugal com estes, & outros generos e contratos Reaes. Lisboa, Officina Real Deslandesiana, 1711.
* Praticamente todo o livro discorre sobre o escravo/negro. Alguns capítulos são mais elucidativos. Há menções ao mulato. Foco: dinâmica do engenho. Livro destinado, sobretudo, aos senhores de engenho.
Menções ao negro e ao escravo
Índice:
Primeira Parte
Livro I
Cap. I. Do cabedal que há de ter o senhor de engenho, p. 1.
Cap. II. Como se há de haver o senhor do engenho na compra, e conservação das terras, e nos arrendamentos dela, p. 5.
Cap. III. Como se há de haver o senhor do engenho com os lavradores e outros vizinhos, e estes com o senhor, p. 7.
Cap. IV. Como se há de haver o senhor de engenho na eleição das pessoas, e oficiais que admitir ao seu serviço: e primeiramente da eleição do capelão, p. 10.
Cap. V. Do feitor mor do engenho, e dos outros feitores menores que assistem na moenda, fazendas e partidos da cana: suas obrigações, e soldadas, p. 14
Cap. VI. Do mestre do açúcar e sotomestre, a quem chamam banqueiro, e do seu ajudante a que chamam ajudabanqueiro, p. 18
Cap. VII. Do purgador do açúcar, p. 20
Cap. VIII. Do caixeiro do engenho, p. 21
Cap. IX. Como se há de haver o senhor de engenho com seus escravos, p. 22.
Cap. X. Como se há de haver o senhor de engenho no governo da sua família, e nos gastos ordinários de casa, p. 29
Cap. XI. Como se há de haver o senhor de engenho no recebimento dos hóspedes, assim religiosos, como seculares, p. 31
Cap. XII. Como se há de haver o senhor do engenho com os mercadores e outros seus correspondentes na praça: e de alguns modos de vender e comprar o açúcar, conforme o estilo do Brasil, p. 33
Livro II
Cap. I. Da escolha da terra para plantar canas de açúcar, e para os mantimentos necessários e provimento do engenho, p. 36.
Cap. II. Da planta e limpas das canas: e da diversidade que há nelas, p. 38.
Cap. III. Dos inimigos da cana enquanto está no canaveal, p. 41
Cap. IV. Do corte da cana e sua condução para o engenho, p. 42
Cap. V. Do engenho ou casa de moer a cana: e como se move a moenda com água, p. 46.
Cap. VI. Do modo de moer as canas: e de quantas pessoas necessita a moenda, p. 53
Cap. VII. Das madeiras de que se faz a moenda, e todo o mais madeiramento do engenho, canoas e barcos: e do que se costuma dar aos carpinteiros e outros semelhantes oficiais, p. 56
Cap. VIII. Da casa das fornalhas, seu aparelho, e lenha que há mister, e da cinza, e sua decoada, p. 59.
Cap. IX. Das caldeiras e cobres, seu aparelho, oficiais e gente que nelas há mister: e instrumentos de que usam, p. 63
Cap. X. Do modo de limpar e purificar o caldo da cana nas caldeiras, e no parol de coar, até passar para as tachas, p. 67
Cap. XI. Do modo de cozer e bater o melado nas tachas, p. 69
Cap. XII. Das temperas do melado: e sua justa repartição pelas formas, p. 72.
Livro III
Cap. I. Das formas do açúcar e sua passagem do tendal para a casa de purgar, p. 75
Cap. II. Da casa de purgar o açúcar nas formas, p. 77
Cap. III. Das pessoas, que se ocupam em purgar, mascavar, secar, e encaixar o açúcar: e dos instrumentos que para isso são necessários, p. 79
Cap. IV. Do barro que se bota nas formas do açúcar: qual deve ser e como se há de amassar: e se é bem ter no engenho olaria, p. 81
Cap. V. Do modo de purgar o açúcar nas formas: e de todo o benefício que se lhe faz na casa de purgar até se tirar, p. 83
Cap. VI. Do modo de tirar, mascavar e secar ao açúcar, p. 86
Cap. VII. Do peso, repartição e encaixamento do açúcar, p. 89
Cap. VIII. De várias castas de açúcar que separadamente se encaixam: marcas das caixas e sua condução ao trapiche, p. 91
Cap. IX. Dos preços antigos e modernos do açúcar, p. 94
Cap. X. Do número das caixas de açúcar que se fazem cada ano ordinariamente no Brasil, p. 96
Cap. XI. Que custa uma caixa de açúcar de trinta e cinco arrobas, posta na alfândega de Lisboa, e já despachada: e do valor de todo o açúcar que cada ano se faz no Brasil, p. 97
Cap. XII. Do que padece o açúcar desde o seu nascimento na cana, até sair do Brasil, p. 102.
Segunda Parte: Cultura e Opulencia do Brasil Na Lavra do Tabaco
Cap. I. Como se começou a tratar no Brasil da planta do tabaco: e a que estimação tem chegado, p. 107
Cap. II. Em que consiste a lavra do tabaco: e de como se semeia, planta e alimpa: e em que tempo se há de plantar, p. 109
Cap. III. Como se tiram e curam as folhas do tabaco: e como delas se fazem e beneficiam as cordas, p. 111
Cap. IV. Como se cura o tabaco depois de torcido em corda, p. 112
Cap. V. Como se enrola, e encoura o tabaco: e que pessoas se ocupam em toda a fábrica dele, desde a sua planta até se enrolar, p. 113
Cap. VI. Da segunda e terceira folha do tabaco: e de diversas qualidades dele, para se marcar, cachimbar e pisar, p. 115
Cap. VII. Como se pisa o tabaco: do granido e em pó, e como se lhe dá oo cheiro, p. 116
Cap. VIII. Do uso moderado do tabaco para a saúde: e da demasia nociva a mesma saúde, de qualquer modo que se use dele, p. 118
Cap. IX. Do modo com que se despacha o tabaco na alfândega da Bahia, p. 120
Cap. X. Que custa um rolo de tabaco de oito arrobas, posto da Bahia na alfândega de Lisboa, e já despachado e corrente para sair dela, p. 122
Cap. XI. Da estimação do tabaco do Brasil na Europa e nas mais partes do mundo: e dos grandes emolumentos que dele tira a fazenda, p. 124
Cap. XII. Das penas dos que levam tabaco não despachado nas alfândegas: e das indústrias de que se usa para se levar de contrabando, p. 126
Terceira Parte: Cultura e Opulencia do Brasil Pelas Minas de Ouro
Cap. I. Das minas do ouro, que se descobriram no Brasil p. 129
Cap. II. Das minas do ouro que chamam gerais: e dos descobridores delas, p. 131
Cap. III. De outras Minas de Ouro no Rio das Velhas e no Caetê, p. 133
Cap. IV. Do rendimento dos Ribeiros: e de diversas qualidades de ouro que deles se tira, p. 134
Cap. V. Das pessoas que andam nas Minas, e tiram ouro dos Ribeiros, p. 136
Cap. VII. Da abundância de mantimentos e de todo o usual que hoje há nas minas: e do pouco caso que se faz dos preços extraordinariamente altos, p. 139
Cap. VIII. De diversos preços do ouro vendido no Brasil: e do que importa o que cada ano ordinariamente se tira das minas, p. 143
Cap. IX. Da obrigação de pagar a El-Rey nosso senhor a quinta parte do ouro que se tira das minas do Brasil, p. 146
Cap. X. Roteiro do caminho da Vila de S. Paulo para as Minas Gerais, e para o Rio das Velhas, p. 159
Cap. XI. Roteiro do caminho velho da cidade do Rio de Janeiro para as minas dos cataguas e do rio das velhas, p. 166
Cap. XII. Roteiro do caminho novo da cidade do Rio de Janeiro para as Minas, p. 164
Cap. XIII. Roteiro do caminho da cidade da Bahia para as minas do Rio das Velhas, p. 166
Cap. XIV. Modo de tirar o ouro das minas do Brasil, e dos ribeiros delas, observando de que nelas assistiu com o governador Artur de Sá, p. 168
Cap. XV. Notícias para se conhecer as minas de prata, p. 173
Cap. XVI. Modo de conhecer a prata e de beneficiar os metais, p. 176
Cap. XVII. Dos danos que tem causado ao Brasil a cobiça do descobrimento do ouro nas minas, p. 179
Quarta Parte: Cultura e opulencia do Brasil. Pela abundancia do gado e courama, e outros contratos reais que se rematam nesta conquista.
Cap. I. Da grande extensão de terras para pastos, cheias de gado que há no Brasil, p. 183
Cap. II. Das boiadas que ordinariamente se tiram cada ano dos currais para as cidades, vilas e recôncavos do Brasil, assim para o açougue, como para o fornecimento das fábricas, p. 187
Cap. III. Da condução das boiadas do sertão do Brasil: preço ordinário do gado que se mata e do que vai para as fábricas, p. 188
Cap. IV. Que custa um couro em cabelo, um meio de sola beneficiado até se por do Brasil na alfândega de Lisboa, p. 190
Cap. V. Resumo de tudo o que vai ordinariamente cada ano do Brasil para Portugal: e do seu valor, p. 191
Cap. Último. Quanto é justo que se favoreça o Brasil por ser de tanta utilidade ao reino de Portugal, p. 193
Páginas
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