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LISBOA, Baltazar da Silva. 1761-1840.

Sobre o autor

Silva Lisboa nasceu na Bahia, em 1761, e morreu no Rio de Janeiro em 1840. O carioca mudou-se cedo para Portugal — aos 14 anos —, com o intuito de ingressar na Universidade de Coimbra, onde, mais tarde, tomou o grau de doutor em direito civil e canônico. De volta ao Brasil, nomeadamente ao Rio de Janeiro, fez carreira na magistratura De suas muitas obras, interessa-nos aqui somente uma, aquela que veio a público antes do desembarque de D. João VI no Rio de Janeiro.

Obra(s)

Discurso Historico, Politico, e Economico Dos progressos, e estado actual da Filozofia Natural Portugueza, acompanhado de algumas reflexoens sobre o estado do Brazil. Offerecido A sua alteza real o sereníssimo Principe nosso senhor pelo seu muito humilde vassalo Balthezar da Silva Lisboa Doutor em Leis pela Universidade de Coimbra, e Oppozitor aos lugares de Letras. Lisboa: Na Officina de Antonio Gomes. MDCCLXXXVI.

Menções ao negro e ao escravo

É excitado o trabalho pelos miseráveis escravos que mal-educados, nus, tiranizados, mortos muitas vezes de fome, como hão de interessar nas fortunas do senhor? Uma melhor educação e trato dos servos pode prosperar a agricultura do Brasil, e deve formar mui interessantes capítulos das leis morais e econômicas, pelas quais se produziriam necessariamente maravilhosas consequências. (pp. 51-52)

§ XXXVIII. Deve-se em I lugar geralmente estabelecer o uso de casar os escravos, por quantos os penhores da mulher e filhos os ligarão estreitamente na família do senhor, donde não desejarão sair, nem então jamais prosseguirão nos crimes e excessos das paixões sensuais, e em muitos outros que frequentemente praticam. (pp. 52-53)

§ XXXVIIII. Não é menos considerável a maneira com que se deve prover a sustentação: praticam ordinariamente os senhores de engenho concederem a cada escravo o dia do sábado, para que consigam pelos trabalhos, que nele exercerem, a sua sustentação e vestuário. (p. 54)

§ XXXX. Parece ser portanto aquela constante prática mui alheia da humanidade, e menos capaz de reduzir os escravos a serem amigos e fiéis aos seus senhores; que sucederá sem dúvida sendo mais humanizados, sem faltar-se nada a sua conveniente conservação; desterrada a nudez em que vivem; e conduzidos em fim por uma boa moral e prudente econômica dos senhores, ao ponto desejando de que eles cuidem com gosto no aproveitamento e comodidade dos seus senhores. (p. 55)

XXXXVII. Contém as costas muito peixe desde outubro até março, que desaparece com a chegada das baleias, e por isso necessitam para a quaresma de bacalhau que vai de Portugal; apesar de que os pescadores dos Ilhéus e Porto Seguro levam a Bahia em suas barcas muitas garoupas, meros secos e verdes; assim como os de Santos ao Rio de Janeiro enchovas, tainhas, etc, e outros a outros portos para o sustento dos escravos e gentes pobres [...] (p. 62)

Páginas

51, 52, 53, 54, 55, 62.

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